Crítica – Primeira Temporada de Sweet Tooth
Já pensou viver num mundo onde um vírus mortal dizimou grande parte da população? E de quebra ainda trouxe seres híbridos que são meio humano, meio animal? Pois é, a parte do vírus infelizmente nós sabemos como é, e as semelhanças com a série Sweet Tooth, da Netflix, não param por aí. Confira a crítica da primeira temporada de Sweet Tooth!
Mesmo no meio de tantas máscaras e pessoas vivendo em completo medo pela próxima onda do Flagelo, sempre existe tempo para apreciar e se dedicar às coisas que valem a pena. É basicamente sobre isso que a série trata. Sweet Tooth é uma adaptação das HQs de mesmo nome lançada sob o selo da DC Comics. Escrita e desenhada pelo autor Jeff Lemire, a história concorreu ao Prêmio Eisner (o Oscar dos quadrinhos) de Melhor Nova Série em 2010, e Melhor Escritor em 2012.
Todo cuidado é pouco
Assim como na vida real, os personagens da série são cheios de teorias sobre as ligações entre O Flagelo e as crianças híbridas. Alguns acreditam que o vírus surgiu por causa delas. Outros acham que elas surgiram por conta do vírus. Os que acreditam na primeira opção querem acabar com todos os híbridos do planeta. Já o outro grupo não vê mal algum em crianças com chifres, orelhas pontudas ou asas de pássaro. Afinal, por que odiar aquilo que não conhecemos direito? É a arte imitando a vida na sua forma mais plena.
Sweet Tooth ou Bico Doce, como foi traduzido para o português, é o personagem principal da aventura. O garoto na verdade tem um nome, Gus e desde sempre aprendeu a viver isolado com medo dos Últimos Homens, grupo para-militar que caça esses seres com a desculpa de fazerem testes para criar uma nova vacina.
Gus aprendeu tudo com o seu pai. Cultivar hortas, destilar água, entender os sinais da mata e a temer os Últimos Homens. Porém, com a morte dele, Bico Doce precisa tomar uma decisão. Ficar onde está ou ir atrás de Birdie, a pessoa que ele acredita ser a sua mãe. A partir daí o garoto-cervo encontra pessoas dedicadas a ajudá-lo, como o Grandão e a Ursa. Mas também os vilões estão atrás dele, e o General Abbott é a principal figura, líder dos Últimos Homens.
Não se deixe enganar
Para adaptar a HQ para as telas, a Netflix e Warner limaram as partes mais tensas e sanguinolentas. A HQ tem muito mais gore e sem dúvida não é para ser lida pelos pequenos. Porém, mesmo que a série tenha o público jovem (a classificação é de 14 anos) como alvo, entrega o que queremos de um mundo “pós-apocalíptico” dominado por um vírus devastador.
As cenas dos vizinhos “resolvendo” os novos casos do Flagelo deixam a pergunta no ar: será que nós faríamos o mesmo? Até que ponto estamos dispostos a chegar para defender quem nós amamos? Será que em casos extremos vale tudo? Novamente, Sweet Tooth é quase um espelho de nossa sociedade.
Porém, mesmo com todas as importantes mensagens que a série quer passar, no fim do dia é a diversão que conta. E sim, Sweet Tooth entrega o que promete. Com uma roupagem mais cativante, atores em conexão o tempo todo, reviravoltas incríveis e com aquele gancho no episódio final, a série não poderia ter chegado num melhor momento!