Dia Internacional do Gamer – Depoimentos de quem entende
O Bar dos Gamers conversou com influenciadores e profissionais dos games para nos contar qual a relação deles com os jogos. Parabéns para nós e Feliz Dia Internacional do Gamer!
Pablo Miyazawa, 43 anos, é jornalista com 25 anos de experiência em veículos de cultura pop. Já foi editor da Nintendo World, IGN Brasil, Herói, Rolling Stone, AdoroCinema, EGM Brasil, entre outras publicações. Hoje apresenta o programa Game On.GG no portal Terra, às quintas-feiras, 18h.
Qual é a sua primeira lembrança com os videogames?
Jogar Atari na casa dos primos em meados dos anos 1980. Aquilo parecia muito inalcançável para minha realidade da época, então eu saboreava os momentos com calma (já que não sabia quando teria a oportunidade novamente). Lembro de longas partidas de Enduro e de quando consegui minha primeira taça, ou de quando descobri um bug em Decathlon que permitia conseguir pontos infinitos. Também lembro de ter ficado embasbacado de ver como minha tia jogava River Raid tão bem, e do nível de profundidade absurdo de Keystone Kapers, Pitfall! e H.E.R.O.. Coincidência ou não, todos são games criados pela Activision para o Atari 2600.
Qual foi seu primeiro console e jogo?
Foi um Atari 2600 comprado muito atrasado. Durante anos, apenas consegui alugar o console e cartuchos. Somente em 1988 ganhei de meus pais o Atari da Polyvox, que vinha com Enduro na embalagem. Mas nesse momento, eu já havia jogado no NES de um amigo e sabia que o meu Atari estava bem ultrapassado. Tive de esperar mais um ano para entrar na era 8-bit com o Phantom System da Gradiente e mais um ano para entrar na 16-bit, já com o Mega Drive da Tec Toy.
Qual foi o trabalho mais marcante relacionado aos games?
Meu primeiro emprego “sério” foi justamente em uma empresa de games – no caso, a Nintendo Playtronic. Graças a amigos, consegui uma vaga como “powerline”, que basicamente era o serviço de dicas de games Nintendo por telefone. O consumidor telefonava com dúvidas, e nós explicávamos rapidamente o que fazer. Foi o trabalho que direcionou meu rumo no jornalismo, já que acabei partindo para uma editora especializada no público infanto-juvenil, a Conrad, onde editei várias publicações de games como a Nintendo World e a EGM Brasil, além da revista Herói.
Primeiro jogo que zerou.
Super Mario Bros., o primeiro, de 1985. Lembro bem de me sentir enganado ao derrotar o Bowser e encontrar um cogumelo falante e as desculpas esfarrapadas “Obrigado, Mario, mas a princesa está em outro castelo!”. Foi minha primeira grande decepção com os games, mas que me estimulou a seguir em frente (mas só semanas depois consegui terminar o game de fato).
O jogo que passou mais raiva.
Foram muitos, não lembro de nenhum específico. Sempre fui um jogador limitado que terminou poucos jogos, então passar raiva fazia parte da experiência como um todo. Mas já tive de jogar muito game ruim para escrever reviews, e às vezes o trabalho não era lá muito recompensador. Como quando fui escalado para fazer um detonado de Mission: Impossible (N64), e a tarefa se mostrou quase impossível para mim. Tivemos de dividir a matéria em três edições, porque eu simplesmente estava encalhado em estágios insuportáveis.
Um recado para todos os gamers.
Jamais esqueça o objetivo principal de jogar games: a diversão. Se você estiver se irritando, deve ter algo errado.
Kate Schmitt, super entusiasta de jogos, sniper nas horas de PVP e no mundo real é apaixonada por karatê, escreve no Neo Fusion ( www.neofusion.com.br), participante esporádica no Gamer como a Gente, está também no MultiPOP podcast falando sobre o mundo do entretenimento no geral e não obstante fala de jogos toda semana no Podcast Vortex Club.
Qual é a sua primeira lembrança com os videogames?
Desde muito nova eu já costumava jogar videogame com a minha família, meus pais e minha irmã. Minhas lembranças giram em torno de, na grande maioria das vezes jogar com alguém, ou assistir a minha mãe jogando. Ela que passava as fases mais difíceis e desafiantes de algum jogo em questão e eu me lembro de sempre pedir quando tinha dificuldades. Hoje em retrospecto quando ela olha para algum gameplay ela sempre me pergunta se é filme ou jogo e eu acho isso muito fantástico. Ela ainda é gamer assídua nas plataformas mobile, porém com jogos mais intuitivos e que não demandam tanto reflexo.
Qual foi seu primeiro console e jogo?
Foi um Phantom System na época e eu deveria ter uns 5 ou 6 anos, e me lembro que tínhamos um único cartucho, porém com muitos jogos, dentre eles os que eu mais me lembro de jogar eram: o clássico Mario Bros, Circus Charlie e Excite Bike. Claro que havia muitos mais jogos, porém esses são os mais vividos em minha memória. Nessa época ainda não tínhamos o costume de alugar, eram poucos os locais que detinham cartuchos, era muito mais comum emprestar jogos, entre amigos ou primos.
Qual foi o trabalho mais marcante relacionado aos games?
Com certeza o inicio das minhas participações no Podcast Gamer como a Gente e N-Blast Cast. Não há um programa em específico que eu destacaria como meu favorito, gosto muito de todos que participei porque sempre são realizados com muito carinho e apreço. Podcasts estes foram portas de entrada para muitas oportunidades e reconhecimento do meu trabalho, outro ponto de destaque ao qual eu fico muito feliz de estar hoje neste meio foi ter conhecido pessoas incríveis e que hoje fazem parte do meu dia a dia.
Primeiro jogo que zerou.
Com certeza Mario Bros, com ajuda da eterna player 1, minha mãe! Demandou um bom tempo, mas depois que descobrimos os atalhos, os famosos cipós, ficou mais simples chegar até a parte final.
O jogo que passou mais raiva.
Destiny, jogava muito o PVP do jogo, e passei a levar muito pelo lado competitivo, até me dar conta de que isso era nocivo e que eu não precisava me submeter a algo tão estressante e que mais deixava irritada do que algo divertido. Nesse momento percebi que não era saudável e aquilo estava começando a afetar minha relação social com as pessoas ao redor, parei por um bom tempo, retornei a jogar, porém só no cooperativo, e de maneira muito mais descontraída.
Um recado para todos os gamers.
O recado que vou deixar aqui é uma frase falada no filme Pokémon: Mew vs Mewtwo, filme esse que assisti no cinema na época e foi maravilhoso: “Nós temos muita coisa em comum, a mesma terra, o mesmo ar, o mesmo céu. Talvez se olhássemos o que temos em comum em vez de sempre procurar o que temos de diferente… Bem, quem sabe?”
Marcos Hunger apresenta os seus trabalhos através do perfil @eaipaigamer no Instagram. É responsável pela premiada websérie Na Vida dos Gamers que já está em sua segunda temporada! (Clique aqui para conferir)
Qual é a sua primeira lembrança com os videogames?
Quando se fala em videogame na infância, umas das minhas memórias mais saudosas e marcantes é com o jogo Olympic Gold, das Olimpíadas de Barcelona de 1992, no Mega Drive. Era um jogo que todos em casa jogávamos juntos — eu, meu irmão e meus pais. Na época eu tinha 12 anos, e é uma memória muito boa de todos se divertindo no mesmo ambiente ao mesmo tempo. Me lembro que às vezes, em vez de competirmos entre nós, jogávamos repassando o controle para cada modalidade que cada um era melhor. Muito bom de se lembrar!
Qual foi seu primeiro console e jogo?
Tive a sorte de meus pais gostarem de games, então cresci com isso em casa. Nasci em 80, e me lembro do meu pai ter um MSX. Depois tivemos o Odyssey, o Atari, Phantom System, Mega Drive… E ele tinha um Telejogo guardado que me lembro uma vez de ligar pra jogar e conhecer. Muito legal. Mas se for pra pegar um jogo que me lembro talvez como o primeiro, seria o jogo “Senhor das Trevas!”, do Odyssey. Era uma capa com uma meio que “caveira” alienígena verde e vários OVNIs voando em volta. Garotada que for ler minha entrevista não vai entender nada!
Primeiro jogo que zerou.
Não tenho certeza do primeiro que zerei, mas vou aproveitar pra falar de alguns que zerei e que me trazem mais nostalgia: Shadow Dancer, Moonwalker, Strider e Toe Jam & Earl são alguns exemplos. Se começar a falar aqui vai uma lista imensa!
O jogo que passou mais raiva.
Não sou de encarar games tipo Dark Souls porque senão eu não me divirto. Com o pouco tempo pra jogar, ficar “empacado” em um jogo não me agrada. Então se passo raiva em jogo é em alguma fase específica, como a última valquíria do God of War (quem platinou o jogo teve que passar por ela e sabe do que estou falando). Me arrependo até hoje de não ter gravado o clipe do momento que a venci!
Um recado para todos os gamers.
Divirta-se! Use os games da forma que te trouxer mais alegrias. Seja com a plataforma que for, com o tipo de jogo que for, não importa. Videogames foram feitos pra entreter, então não perca tempo com nada diferente disso. Vida longa aos gamers!
Ricardo tem uma visão bastante peculiar sobre os games. Seu perfil @gamesdomeujeito no Instagram é um verdadeiro show de imagens dos mais variados títulos. Quem não conhece vale a pena dar uma olhada.
Qual é a sua primeira lembrança com os videogames?
Lembro da minha alegria e empolgação ligando o Odyssey e jogando com meu irmão. O Magnavox Odyssey² transferia um sentimento de poder, como se o teclado que o console trazia, estivesse me colocando uma super máquina versátil nas mãos. As fitas tinham uma alça e essa característica dava uma charme para o design do cartucho.
Qual foi seu primeiro console e jogo?
Foi exatamente o Magnavox Odyssey², que ganhei alguns anos depois do seu lançamento no Brasil. Com ele, veio o jogo Didi na Mina Encantada (Pick Axe Pete).
Primeiro jogo que zerou.
Pelas minhas lembranças, foi o Ghostbusters do Nintendinho 8bits. Eu joguei no Phantom System. Curtia demais o fato de poder controlar o personagem em determinados momentos, enquanto em outros era o carro. Acionar o raio nas escadas do prédio e capturar os fantasmas era motivo para vibrar. A música está eternizada na minha memória. E no topo do prédio, a batalha era impiedosa. Tudo simples, mas divertido e marcante, principalmente para a época.
O jogo que passou mais raiva.
Muito provavelmente o Battletoads do NES. Um detalhe específico da sistemática do game era meu ponto fraco, os pulos sincronizados, explorados de forma não moderada na experiência de jogo. Tudo precisava ser na hora certa e o reflexo é algo que você desenvolve e lapida com o tempo. Quando não se tem prática, é derrota e mais derrota.
Um recado para todos os gamers.
Seja eclético, mas seletivo ao mesmo tempo. Dedique atenção também aos jogos INDIE e aos games produzidos no Brasil. E por fim, só crie opiniões sobre experiências que você realmente teve, evitando influências de terceiros. Desta forma você não será injusto com as produtoras e nem será injusto com você mesmo.
E o que pensa a Trindade dos Games?
Doan Matusalém
Qual é a sua primeira lembrança com os videogames?
Na casa dos meus avós tinha um console bizarro. Os controles eram estranhos e conectados por cabos iguais aos dos telefones. Quem é Matusalém sabe do que estou falando. Tinha alguns detalhes em madeira e só fui descobrir o nome com a chegada da internet. Hoje eu sei que passei horas e horas jogando o Biplane (o único game que tinha) num Mattel Intellivision de 1980.
Qual foi seu primeiro console e jogo?
Ganhei de Natal o Super Nintendo com o Super Mario World. Foi paixão à primeira vista. O console foi lançado no Brasil em 1993 e eu com meus 11 anos fui à loucura. Não largava o console por nada. E como tinha poucas fitas, jogava sem parar o Super Mario, Mario Kart e Street Fighter 2.
Primeiro jogo que zerou.
Mario Kart do SNES. Sempre gostei de corridas e poder pilotar os karts com a turma do Mario era diversão garantida. Lembro de ser tão viciado que eu dava volta no 2o colocado em algumas pistas. Aliás, esse jogo é incrível até hoje.
O jogo que passou mais raiva.
Não foram poucos. Nos anos 80 e 90 alguns jogos eram feitos para te ferrar. Só lembrar do Battletoads ou Ninja Gaiden. Mas fui passar raiva mesmo no PlayStation 2 com Shadow of the Colossus. Cada Colosso caído eram litros de suor perdido e alguns palavrões proferidos. O pior é que eu amo esse jogo e já zerei várias vezes. Ou seja, a raiva sempre volta. E que venha a versão do PS5.
Um trabalho marcante relacionado aos games.
Sem dúvida foi a cobertura da E3 2013 em Los Angeles. Com certeza é o meu maior “feito” como jornalista de games. Estar in loco no maior evento do setor foi um sonho realizado. Para melhorar foi quando anunciaram o PlayStation 4. Lembro perfeita o auditório indo abaixo quando Jack Tretton anunciou o console com o preço oficial. Foi incrível e pretendo repetir a dose com a presença do Trindade o quanto antes.
Um recado para todos os gamers
Ser gamer é jogar o que gosta, independente da plataforma e sem se importar com o que os outros dizem. Porém, acima de tudo é se divertir.
André Revolution
Qual é a sua primeira lembrança com os videogames?
Um dia fui a casa de um amigo do meu pai e ele tinha um ATARI! Foi então que o filho dele me convidou para jogar. Essa é a memória mais antiga, jogando enduro no Atari! Foi mágico, devia ter uns três anos, mas mesmo assim me marcou pra sempre!
Qual foi seu primeiro console e jogo?
Meu primeiro console foi um NES, um tempo depois disso, junto com ele veio Double Dragon 3 e daí nasceu meu por por coop e campanhas. Apesar de nunca ter terminado na época foi incrível e joguei horrores, assim como o Duck Hunt entre outros do grande NES.
Primeiro jogo que zerou.
Talvez não tenha sido o primeiro, mas o primeiro que me lembro foi Mortal Kombat 2. Chegar ao final da torre e derrotar Shao Khan foi incrível, tinha começado nos arcades e só fui conseguir em casa. Nessa época não era muito de terminar os jogos, eram muito difíceis pra mim, mas o jogo virou um tempo depois, literalmente.
O jogo que passou mais raiva.
Vários jogos eu passei raiva. Mas um que marcou muito foi Shinobi, era insuportável. Battletoads também dava vontade de arremessar o controle na parede.
Um trabalho marcante relacionado aos games.
As fotos que fiz de Death Stranding. O photo mode saiu depois do lançamento e o próprio hideo kojima deu Retweet nas minhas fotos, foi incrível. Depois disso quando teve o lançamento no PC, lá estava eu de novo, com o game antecipadamente, graças a NVIDIA e minha foto foi a escolhida pra ser a principal na divulgação do game, inclusive rendeu uma matéria no site deles, tanto o mundial quanto o brasileiro! (clique aqui para conferir)
Um recado para todos os gamers
Jogue o que você gosta, da forma que você gosta. Não importa o que os outros dizem, se você está se divertindo vai fundo. Ser gamer é curtir o auge do entretenimento!
Comandante Alex
Qual é a sua primeira lembrança com os videogames?
Acredito que minha primeira lembrança é de um Atari. Pitfall e enduro foram os que mais joguei na época. Faz tanto tempo que é uma memória meio nebulosa. Não consigo dizer exatamente de quem era o Atari. Mas ele estava lá em casa e a gente jogava. E jogava muito!
Qual foi seu primeiro console e jogo?
Meu primeiro console, aquele que eu podia chamar de meu, foi um Master System 3, com Sonic na memória. Ganhei no natal. Eu deveria ter algo entre seis e oito anos.
Primeiro jogo que zerou.
Com certeza o Sonic do Master. Zerei centenas de vezes. Depois dele, lembro de ter feito alguns finais no super Mario Wolrd, tenho quase certeza que este foi o segundo.
O jogo que passou mais raiva.
Foi Ninja Gaiden na época do SNES. Era um jogo muito bonito e de ninja, que eu adorava. Era um gênero que a gente gostava muito, um plataforma side scrolling misto de beat and up. Porém era inacreditavelmente difícil Tinham umas fases em que você precisava pular em certos blocos e eles simplesmente alteravam a velocidade ou se moviam. Aquilo era feito pra te frustrar. Pra você não chegar no fim. Basicamente era essa a intenção do jogo.
Um trabalho marcante relacionado aos games.
O podcast Passa o Controle. Foi e continua sendo a melhor ideia, o melhor projeto, a criação de conteúdo mais gratificante e gostosa de se fazer.
Um recado para todos os gamers.
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