Microsoft compra a Activision/Blizzard! Até onde a companhia pode chegar?

Como quem não quer nada, e como se não fosse nada, a Microsoft anunciou em seu site dedicado ao mundo do Xbox que a compra da Activision/Blizzard está perto de ser concretizada. Com um negócio valendo cerca de US$ 70 bilhões, esta não é a primeira grande aquisição da Microsoft. E a pergunta que fica é: até onde a companhia pode chegar?

O que vem por aí

No ano passado, mesmo em meio a pandemia, a Microsoft adquiriu a Bethesda (que na verdade era da ZeniMax Media desde 1999) pela bagatela de US$ 7.5 bilhões. Em poucos dias o catálogo do Game Pass já tinha grandes franquias como Doom e Elder Scrolls, tudo sem custo adicional para os assinantes do serviço. Ou seja, assim que o negócio for concretizado o streaming de jogos da Microsoft vai ganhar reforços de peso como Diablo, Call of Duty, Tony Hawk e, pasmem, até Crash Bandicoot, que era “exclusivo” PlayStation, pode dar as caras.

“Até que a transação ocorra, Activision/Blizzard e Microsoft Gaming continuarão operando independentemente. Assim que o negócio estiver completo, a Activision/Blizzard irá se reportar a mim”, revelou Phil Spencer, o chefão da divisão de games da Microsoft.

Spencer ainda disse que o Game Pass, agora com mais de 25 milhões de assinantes, irá receber jogos antigos e novos, tanto para consoles como para PCs, o mais rápido possível. “Isso vai acelerar os nossos planos com o Cloud Gaming”, continuou Spencer, “irá permitir que mais pessoas em mais lugares do mundo possam participar da comunidade Xbox usando os seus celulares, tablets, laptops e qualquer outro aparelho que você já tenha. Muitos games da Activision/Blizzard podem ser apreciados em diferentes plataformas e planejamos continuar o suporte para essa comunidade”.

Quem quer dinheiro?

E depois dessa aquisição? Será que o cheat code de dinheiro infinito que a Microsoft tem é o suficiente para ir para cima de outros estúdios?

Para se ter uma ideia dessa dinheirama toda, basta comparar os valores de mercado entre Microsoft e sua principal concorrente, a Sony. Enquanto a companhia americana vale nada menos que US$ 168 bilhões, a rival nipônica fica na casa dos US$ 77 bilhões. Obviamente que ainda é muito, mas não é nem a metade do que vale a Microsoft.

Neste cenário não é difícil crer que mais estúdios possam ser adquiridos pela gigante americana. EA, Ubisoft, Take-Two estão aí, livres no mercado e sofrendo com a concorrência pesada. E para ficar só nesses três, faço uma pergunta: Que grande Triple A elas lançaram nos últimos anos que possam fazer frente aos poderosos exclusivos da Sony como The Last of Us 2 e Spiderman?

Por essas e outras que a ida ao mercado da Microsoft não deve parar na Activision/Blizzard. E ela nem precisa gastar muita grana. O serviço de streaming EA Play, por exemplo, faz parte do Game Pass sem custo adicional aos assinantes. Ou seja, ela pode muito bem fazer esse tipo de acordo com a Ubisoft, por exemplo, que já tem a sua plataforma de streaming mas que ninguém liga muito. Dessa forma a Microsoft engorda o seu Game Pass e deixa a Sony comendo poeira!

Projeto Spartacus

Enquanto a Microsoft nada sozinha no serviço de streaming de jogos, a Sony finalmente parece que está correndo atrás do prejuízo com o seu Spartacus. Bom, correr é uma forma de expressão, porque o desenvolvimento do projeto anda a passos lentos.

O atual serviço, PS Now, não é lá grandes coisas. Com um catálogo acanhado a plataforma sequer está presente em todos os países e quando está disponível mal funciona estragando a experiência. Já O Cloud Gaming do Game Pass vai rodar até no seu 386 de 1990, desde que você tenha uma internet estável e relativamente rápida.

O fato é que a Sony ainda olha com muito carinho e cuidado para os seus exclusivos. E ela não está errada. Estúdios como Santa Monica, Naughty Dog, Insomniac e Guerrilla, são o que há de melhor na indústria. Podem me chamar de sonysta, mas a verdade é que nenhum outro consegue entregar games com a qualidade de um God of War ou The Last of Us. Esse reconhecimento é tão óbvio que alguns títulos estão chegando ao PC, deixando a exclusividade de lado.

Final Round

De um lado temos a Microsoft deitando e rolando no streaming de jogos. De outro está a Sony com os seus exclusivos de peso. O embate nunca foi tão épico. Se você procura por games variados num serviço estilo Netflix, Microsoft para você. Se você prefere dedicar as suas horas em campanhas surreais, a Sony é a melhor pedida.

No fim do dia quem sai ganhando é o consumidor que tem opções para investir o seu suado dinheiro. E aqui no Brasil, com uma economia que sempre anda na corda bamba e políticos que, bem, só sabem fazer politicagem, escolher uma entre as duas é quase que obrigatório para os amantes dos jogos. Por isso tendo a crer que a Microsoft mantém a dianteira dessa corrida. E digo mais, até o dia que a Sony oferecer um serviço igual (nada de jogos de PS1 rodando a 400p e 20fps, por favor), o Game Pass vai continuar nadando de braçada e sendo o vencedor dessa disputa.

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