Konami, Capcom e Square: A Salvação da Sony

A notícia da compra da Bungie pela Sony custando pouco mais de U$ 3 bilhões pegou o mercado de surpresa. Afinal, há duas semanas a Microsoft anunciou a aquisição da Activision/Blizzard por quase U$ 70 bilhões. O movimento da Sony me pareceu um tanto quanto desesperado para dar uma resposta. Porém, ao invés de ir atrás de uma ex-companhia da rival, a empresa deveria olhar para dentro de seu território!

Salvando a Sony

Fazendo uma rápida pesquisa é possível encontrar os valores de cada um dos maiores estúdios japoneses. Konami – U$ 7 bilhões. Capcom – U$ 5 bilhões. Square Enix – U$ 5.7 bilhões. Na famosa matemática de boteco chegamos à quantia total de U$ 17.7 bilhões! Com a Sony valendo praticamente U$ 140 bilhões, despender seu dinheiro para adquirir essas três não deve ser uma logística tão complicada.

Para continuar na frieza dos números, tanto Capcom como Square Enix vivem os seus melhores anos batendo recordes de faturamento. A única exceção é a Konami. Após a saída de Hideo Kojima a empresa luta para se manter de pé com o seu único jogo, o malfadado eFootball 2022, o antigo PES ou o ainda mais antigo Winning Eleven.

Porém, o que vale são as IPs de cada uma delas. Resident Evil, Final Fantasy e Metal Gear Solid (só para citar as mais famosas), por exemplo, já valeriam o retorno investido. A franquia dos zumbis não para de crescer e agora com as versões 7 e 8 também agrada o público sedento por jogos em primeira pessoa. Final Fantasy é o queridinho dos amantes de RPG. A primeira parte do remake do clássico FFVII (aliás, não deixe de conferir o especial de 25 anos do game aqui e aqui), foi um tremendo sucesso e ainda faltam mais duas partes para sair. E Metal Gear Solid dispensa apresentações. O único problema é que a Sony teria que trazer o Kojimito de volta.

Futuro tenebroso

Enquanto a Microsoft vai se consolidando como a melhor empresa no quesito serviço e despejando barris de dinheiro em várias aquisições (a compra da Activision/Blizzard passará pelo escrutínio da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos para checar se não é prejudicial para a concorrência), a Sony parece uma galinha que acabou de ser decapitada, fica pulando de um lado para o outro sem saber que direção tomar.

A Bungie, apesar de ser o estúdio que criou a série Halo, hoje só possui o game Destiny que, aliás, se tornou gratuito faz muito tempo. Após o anúncio da aquisição, Jim Ryan, Presidente da Sony, declarou que pretende comprar mais estúdios e trabalhar duro no formato GaaS (Game as a Service). Neste gênero o que vale é a venda de roupas, armas e todo tipo de cosméticos com a desculpa de que aquilo agrega conteúdo e renova o jogo. Mais caça-níquel que isso não existe.

Se este for mesmo o caminho tomado pela Sony (vale lembrar que a Naughty Dog trabalha num multiplayer online), fica cada vez mais claro que as intenções da companhia é bater de frente com nomes de peso como Warzone e Fortnite. Ela não está errada, afinal são nesses jogos que a grana come solta. Mas essa atitude pode acabar prejudicando estúdios como Insomniac e Santa Monica que preferem focar os seus esforços em campanhas singleplayer.

O futuro é tenebroso. Além dos enjoativos títulos em realidade virtual (o PSVR 2 vem aí), o mercado foi tomado de assalto por games online pasteurizados onde o maior objetivo é ter a arma XPTO ou a skin YXZ. Nem que para isso você consiga elas através do seu cartão de crédito!

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