Crítica – The Batman
Quando os primeiros trailers do Homem-Morcego dirigido pelo excelente Matt Reeves começaram a aparecer, a minha vontade de ver o filme começava a desaparecer. Por isso mesmo não tive vontade de ir ao cinema e deixei para acompanhar o Cavaleiro de Gotham ontem quando o filme saiu na plataforma da HBO! Confira a crítica de The Batman!
O texto a seguir contém spoilers do filme!
História de Origem
Com quase três horas, a película é mais uma que tenta dar um novo começo ao Vigilante Mascarado, como se ninguém tivesse tentado isso antes. Até quem não é fã do Batman sabe de sua história. São incontáveis os filmes que mostram porque o pequeno Bruce Wayne resolveu se tornar um cara fantasiado de morcego que sai pelas ruas escuras de Gothan combatendo o crime.
Imediatamente lembrei do Homem-Aranha 3 do Tobey Maguire. O diretor Sam Raimi teve a brilhante ideia de voltar no tempo e recontar a origem do herói, sendo que havia feito isso com perfeição no primeiro filme. The Batman me deu a sensação de “de novo, não”.
Reeves, que também assina o roteiro, optou (sem muita surpresa) pelo realismo da situação e deixou o lado fantasioso do herói para outra ocasião. Ou seja, nada de batcarros, batnaves, batrangues (um Batman sem o batrangue não é o Batman) e muito menos uma batcaverna cheia de traquitanas e tecnologia de ponta. Aliás, se você ver o filme achando que será algo igual ao MCU, vai cair da cadeira.
Porém, tudo isso faz sentido no universo criado por Reeves e a opção por um Chevette todo detonado com turbina de uma lancha ficou bem legal nas cenas de ação. Esse Batman não se importa com as aparências, festas, mulheres bonitas ou com a reputação dos Wayne. Ele quer apenas socar o meliante mais próximo.
Eu Sou A Vingança
Parafraseando Tony Stark em Vingadores: Ultimato, Bruce Wayne/Batman solta esta pérola para deixar bem claro que o que ele quer é limpar as ruas de Gotham e manter o legado de seu pai. Porém, o que ele não sabe é que Thomas Wayne era envolvido com Carmine Falcone (John Turturro) o que deixa esse “legado” comprometido.
Tudo isso acontece enquanto o Maior Detetive do Mundo tenta desesperadamente capturar o Charada (Paul Dano) com a ajuda de seu fiel companheiro da polícia e passador de pano oficial, Jim Gordon (Jeffrey Wright). As armadilhas criadas pelo vilão saíram diretamente de Jogos Mortais e em nenhum momento colocam o herói em situação de perigo. Estão lá para “desmascarar a verdade” e levar para a próxima pista. Tudo para no final cair naquela velha máxima dos vilões sem um propósito definido onde a desculpa para tais barbáries é o “você me criou, você faz parte disso”. BORING!!!
A Gata e o Morcego
Por fim, o casal mais sem graça dos cinemas me foi revelado. Zoë Kravitz e Robert Pattinson foram os escolhidos para os papéis principais. Ambos ótimos profissionais, mas que não conseguem entregar o que os personagens pedem. Ambos são franzinos (principalmente Kravitz) e em nenhum momento conseguiram me convencer que poderiam acabar com os capangas de Falcone e Pinguim (Colin Farrell, excelente como sempre).
O Batman é passável nas cenas de ação porque luta com a ferocidade da vingança e ainda conta uma armadura e alguns itens para ajudar no combate ao crime. Porém, tanto Selina Kyle como Bruce Wayne precisam treinar mais para formar uma dupla imaginada e digna de Bob Kane e Bill Finger.
Volto a frisar que este Batman tem apenas dois anos de combate ao crime e estou na torcida para que ele ganhe mais experiência (tanto como detetive como vigilante) nos vindouros filmes programados pela Warner. Mas por hora é um filme mediano onde tudo o que foi mostrado é mais do mesmo.