The Witcher 3 – Oito Anos Depois
Em poucos meses The Witcher 3 completará oito anos de vida. Lançado em 2015, o terceiro jogo da saga liderada por Geralt – o nosso querido Geraldo – abocanhou todos os principais prêmios daquele ano, inclusive o de Melhor Jogo. O título da ainda confiável CD Projekt Red, chegou para PS4, Xbox One e PCs. Porém, só agora, oito anos depois, resolvi dar a verdadeira chance a The Witcher 3!
The Witcher 3 – Oito Anos Depois
Nunca fui um jogador de PC, sempre preferi os consoles. Por isso nunca havia jogado The Witcher antes. E quando o terceiro game foi anunciado, não me empolguei por achar que perderia muita coisa do passado de Geralt. Porém, diversos amigos recomendaram o jogo e, óbvio, os prêmios falavam por si. Mesmo assim, esperei algum tempo e acabei comprando a versão GOTY, com todas as expansões pagando a bagatela de 50 dinheiros brasileiros.
Mas não consegui engatar nas aventuras de Geralt. Acostumado com Red Dead Redemption 2 e sua excelência na gameplay em cima do cavalo, missões orgânicas e variadas, mundo aberto soberbo, um enredo de filme e com Arthur “fucking” Morgan, a comparação era injusta. Vale lembrar que estamos falando de 2018, um dos melhores anos em lançamentos. Homem-Aranha, God of War e Monster Hunter: Rise – o citado RDR2 – o meu breve desbravamento em The Witcher 3 teve um começo tardio.
O primeiro ponto negativo foi a capacidade do meu PlayStation 4 demorar horas para uma viagem rápida. Entrar no game então, era uma história. Lembro que só Assassin’s Creed Odyssey – não por acaso lançado em 2018 – rivalizava com The Witcher 3 nesse quesito. Sério, dava para lavar aquela louça que a molecada deixa para trás e ainda voltar para pegar o fim do loading.
O segundo ponto negativo (só agora percebo o quanto eu era chato) era tentar comparar The Witcher 3 com todos os outros grandes jogos lançados depois dele. Um verdadeiro exercício de futilidade. Eu simplesmente odiava o Carpeado porque ele sempre foi um cavalo mais “duro” dos que os de Red Dead Redemption 2. O mesmo acontecia com Geralt. E ainda insistia em comparar os jogos. Fui tão ignorante quanto às camadas presentes em The Witcher 3, que nem tive tempo de entender como o game funcionava. Tal qual um título de quinta categoria deixei o coitado do Geralt de lado, mofando na minha biblioteca virtual. O tempo passou e chegamos em dezembro de 2022 quando a CD Projekt Red lançou o update para o PlayStation 5 e o Xbox Series S/X.
Foi então que decidi subir Geralt no meu backlog. Já prevendo que não compraria muitos jogos no início de 2023, resolvi vestir o manto do bruxo e cair de cabeça em The Witcher 3. Não posso dizer que me arrependo de esperar tanto tempo. Se eu tivesse jogado no lançamento, com certeza teria uma experiência maravilhosa. Mas por outro lado, estou com a melhor versão – tirando PC porque aí é covardia – que a CD Projekt Red pode oferecer. E que coisa linda.
Mas serei sincero, The Witcher 3 sofre dos mesmos males de todos, eu disse todos os jogos de mundo aberto: a repetição. A diferença aqui é que as missões principais e secundárias, contratos de bruxo, busca de tesouro e tantos outros objetivos, são inseridos organicamente enquanto você se encaminha para aquele ponto de interrogação para investigar o local. Além disso, toda missão – seja qual ela for – escala de uma forma que nenhum outro jogo consegue entregar.
Estou falando de objetivos secundários dentro de objetivos secundários dentro de objetivos secundários – é um verdadeiro Inception – onde você leva duas, três e até mais horas para serem concluídos. Cada um deles possui um enredo e personagens próprios e em todos você tem a opção de ajudar ou não. É um trabalho insanamente perfeito. Conforme se avança é possível perceber que tudo gira como um relógio suíço.
Agora tenho cerca de 30 horas dentro de The Witcher 3 e sei que só via a ponta do iceberg. Mas o nosso querido Geralt não pode ser tratado como uma corrida contra o relógio. Tudo deve ser desfrutado na tocada que o jogo exige. Com mais alguns anos nas costas e a consciência de que opiniões pré-concebidas são sempre afobadas, aprendi que eu amo o Geraldo!