CRÍTICA – HOMEM-ARANHA: ATRAVÉS DO ARANHAVERSO
A fase do amadurecimento de um adolescente não é fácil, muito menos para quem está à sua volta! Eu já passei faz tempo por esse boss e agora estou há poucos anos de sentir o outro lado da moeda. E Miles Morales, no segundo filme do Aranhaverso, precisa enfrentar não só os seus inimigos como também essa fase tão necessária na vida das pessoas. É nessa parte que nos descobrimos e ao mesmo tempo tomamos noção do quão importante é a família!
CUIDADO! SPOILERS DE HOMEM-ARANHA: ATRAVÉS DO ARANHAVERSO
Ah, a mocidade de uma vida é sem dúvida a melhor fase que uma pessoa pode experimentar. Tudo tem cheiro de novo e qualquer novidade dá um frio na barriga. Mas ao mesmo tempo também é uma das piores fases da vida. O adolescente nada mais é do que um “adulto acéfalo”. E quem disse isso não fui eu.
Em Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, vemos um Miles Morales no alto de seus 15 anos, como se isso significasse muita coisa. Mas para ele significa e muito. Com os hormônios à flor da pele, tudo é motivo para uma problemática. Seja aquela tia chata que só aparece nas festas para apertar a sua bochecha ou os dois meses de castigo que o pai impôs ao filho, tudo é motivo para o mundo colapsar.
Agora imagine todos esses “problemas” sendo somados ao terrível perigo do universo ser implodido acabando com toda a vida existente? Não deve ser fácil. Essa é a tarefa de Miles Morales: conciliar sua turbulenta vida de adolescente com a árdua tarefa de salvar o mundo. Para isso ele conta com a ajuda de seus amigos e…
Não! A família de Miles, assim como a de Gwen (com muito mais destaque), ainda não fazem parte de seus ciclos de confiança. Mas isso é normal para quem acha que tudo e todos confabulam para transformar a sua vida num inferno. Porém, tanto Miles como Gwen percebem que sim, a família é o amigo certo das horas incertas.
FAMÍLIA-ARANHA
Na sua caçada pelo vilão Mancha – engraçado e divertido de início, mas sinistro e amedrontador no final – Miles recebe a ajuda de todas as “Pessoas-Aranha” desse maluco Aranhaverso (cá entre nós, muito mais legal que o Multiverso do MCU. Mas peraí, esse também é um filme do Multiverso MCU. Vamos voltar ao que interessa).
Liderados por Miguel O’Hara, o Miranha 2099, toda a sorte de Pessoas-Aranha moram num universo criado por ele no intuito de controlar as anomalias que surgem no cânone e que podem destruir o Aranhaverso! A atitude, inicialmente, se mostra nobre, mas ao longo do filme descobrimos as reais intenções de O’Hara: controlar o principal acontecimento da vida dessas pessoas, a morte de um ente querido. E o desenrolar disso é o ponto alto do filme.
Mostrando diversos desses momentos, somos lembrados que com grandes poderes, também vêm grandes responsabilidades. Neste ponto a película não pega leve. Somos levados de volta ao Homem-Aranha de Tobey Maguire e a morte de seu Tio Ben; Andrew Garfield maravilhoso segurando o corpo inerte do Capitão Stacy; Várias referências aos quadrinhos, desenhos e animações. Só faltou a presença de Tom Holland. É muito fanservice.
Aliás, aqui abro um parágrafo para o melhor clone que o Homem-Aranha já teve: Ben Riley, o Aranha-Escarlate. Quem acompanhou os quadrinhos do teioso sabe o quão infame é a “Saga dos Clones”. Porém, de tão torpe, este arco ganhou certo status dentro das histórias do Aranha e tem na imagem de Riley o Cabeça-de-Teia mais menosprezado de todos. A presença dele como suas falas relacionadas a esta saga é para deixar o fã com um sorriso de orelha à orelha.
Toda essa carga dramática vêm como teias que prendem o espectador na cadeira para a grande revelação: o pai de Miles Morales, bem como o da Gwen, devem morrer para que o cânone não seja quebrado. Mas é óbvio que os nossos heróis não podem deixar isso acontecer e fazem de tudo para salvar os seus parentes. Nesse desfecho somos levados para uma Terra onde o Homem-Aranha não existe e o Miles é o Gatuno!
QUEREMOS MAIS
Gwen, Miles e vários Aranhas do primeiro longa se unem para dar cabo da situação. Mas com quase duas horas e meia de filme rolando não daria mais tempo de mostrar o confronto e tudo acaba com um amargo “Continua”. O filme é perfeito do início ao fim, mas a história é tão cheia de reviravoltas que a briga final simplesmente não pôde ser mostrada. Infelizmente terminamos a sessão querendo mais. Mas o que vimos foi magistral!
A direção artística de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso é uma das coisas mais incríveis que eu já vi nos cinemas. Cada “universo-aranha” tem o seu próprio estilo – como o mundo dos Legos – e a mistura funciona perfeitamente. Confesso que no primeiro filme eu fiquei meio com o pé atrás. Tanta diferença nos traços me deixou desconfortável. A cabeça deste escriba, às vezes, parece ter 100 anos de idade.
Porém, para esta sequência, fui de cabeça, alma e peito abertos para absorver e curtir o máximo dessa aventura. Ao lado de meus três filhos, esposa e mãe, a jornada através do Aranhaverso não poderia ter sido mais satisfatória. Se um bom filme é aquele que te faz sentir todas as emoções, então Homem-Aranha: Através do Aranhaverso é nota 10! Quer dizer, ficarei nos 9,5 porque precisarei esperar até o dia 24 de março de 2024 para ver o final dessa obra-prima!
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