REVIEW – ASSASSIN’S CREED MIRAGE

Assim que a Ubisoft confirmou que a franquia dos assassinos silenciosos iria voltar às origens, eu liguei o meu radar. Não me entendam mal. Os três últimos jogos – principalmente o Origins – deram uma nova cara e fôlego à série. Mas infelizmente o esquema de mapas enormes com centenas de atividades irrelevantes, empapuçou este escriba. Felizmente Assassin’s Creed Mirage abriu mão disso tudo e deixou claro que nem sempre o maior é melhor. Confira abaixo o review de Assassin’s Creed Mirage.

CUIDADO! CONTÉM SPOILERS!

 

AQUI EM BAGDÁ

A comparação com os três últimos títulos da franquia é inevitável e tudo começa quando eu abri o mapa pela primeira vez. A história se desenrola basicamente em Bagdá. São poucas as vezes que Basim precisa sair da Cidade Redonda e vagar pelo deserto à procura das missões. E isso é um ponto muito positivo.

Como é de praxe na série, a ambientação é o grande destaque em Assassin’s Creed Mirage. E como a campanha principal se passa quase que em sua totalidade em Bagdá, a Ubisoft não poupou esforços para entregar uma cidade rica tanto em personagens como em atividades do dia-a-dia, construções grandiosas e muita lore baseada na época em que o jogo se passa.

Dessa vez, Basim – que já havia dado as caras no final do AC Valhalla – está solto em um ambiente menor e mais intimidador. Qualquer transgressão basta para deixar os guardar alertas e espalhar cartazes de “Procurado” para todos os cantos. Quem jogou os primeiros games da série vai sentir aquele mesmo frio na espinha de que a qualquer momento alguém irá te denunciar.

Como o foco de Assassin’s Creed Mirage não é o combate, a melhor estratégia é a fuga rápida e um esconderijo protegido. Basim é apenas um ladrão e não tem muita habilidade com armas. Lógico que com o passar da jogatina ele vai adquirindo novas habilidades para enfrentar os inimigos. Porém, mesmo com muitos pontos gastos, Basim ainda continua sendo um mero mortal.

MENOS É MAIS

Da mesma maneira que a Ubisoft diminuiu o mapa, a árvore de habilidades, itens e armas receberam o mesmo tratamento. Esqueça aquele monte de slots para diversas armas e armaduras. Esqueça aquela árvore de habilidades infinita. Esqueça o apertar frenético de botões na hora dos combates. Em Assassin’s Creed Mirage o menor se mostrou melhor.

Basim possui apenas duas armas. Sim, meus amigos. Enquanto Bayek, Kassandra/Alexios e Eivor tinham uma dezena de espadas, lanças, machados, arcos e escudos, podendo empunhar até duas armas ao mesmo tempo, o protagonista em Mirage vai do começo ao fim com uma espada e um punhal.

Além deles, voltam as bombas de fumaça, chamarizes barulhentos, dardos envenenados e facas de arremesso. Tudo pensado para uma aproximação mais sutil com menos combate. Ademais, os upgrades são restritos deixando a habilidade do jogador falar mais alto. E isso é o suficiente.

Em Assassin’s Creed Mirage você não irá enfrentar mais do que três ou quatro inimigos ao mesmo tempo. Mais do que isso é morte na certa. O bom e velho esquema de esquiva, aparar e atacar voltou com tudo. O timing é essencial nessas horas mesmo com os elementos visuais que denunciam que tipo de golpe o inimigo irá desferir.

E como, na maioria das vezes, é preciso invadir um local cheio de asseclas, andar agachado e utilizar os esconderijos nunca foi tão essencial. O stealth voltou com tudo e premia o jogador enchendo a barra de foco permitindo ataques ligeiros e mortais. Cansei de ficar dentro de carroças com feno ou em armários para assobiar e chamar os inimigos. Em certos momentos consegui capturar mais de cinco dentro desses esconderijos. Fico imaginando como seria o cheiro desses lugares com tanto presunto junto.

MIL E UMA NOITES

Como em todos os jogos da franquia, a história de Assassin’s Creed Mirage gira em torno de uma Ordem – aqui chamada apenas de Ordem – que quer controlar todos os aspectos da cidade, desde o comércio até a política. E para isso os seus participantes não poupam esforços. Fazem chantagens e matam sem o menor pudor. E a missão de Basim, como um membro dos Ocultos, é acabar com essa repressão.

Infelizmente, esse quesito não traz grandes novidades. Assim como nos primeiros jogos da série, Basim deve escutar conversas, pesquisar itens e roubar alguns bolsos desavisados para liberar a próxima parte da missão. Conforme ele vai fazendo isso, o objetivo final se aproxima com a inevitável morte de algum membro importante da Ordem.

Porém, o grande embate de Basim é dentro das próprias bases dos Ocultos. Batendo de frente com a sua mestra Roshan, o ladino vai descobrindo que nem tudo é o que parece. Apesar de soar clichê, o desfecho final é cheio de reviravoltas e finaliza o game lá em cima. Ah, outro detalhe importante. Diferentemente dos três últimos jogos, Assassin’s Creed Mirage não possui mais o elemento da mitologia que foi alvo de duras críticas ao longo de Origins, Odyssey e Valhalla.

Claro que a Ubisoft não deixaria esse pretexto passar despercebido. Basim é atormentado por um Djinn maligno que aparece sempre nas mortes mais importantes do jogo. Porém, tudo tem uma explicação lógica. Ou seja, nada de lutas contra seres fantásticos em ambientes mirabolantes. O que vale em Mirage são os pés no chão.

VEREDITO FINAL

Assassin’s Creed Mirage prometeu um retorno às origens e cumpriu. Zerei o jogo em menos de 20 horas e foi o suficiente. Lembro muito bem quando estava com mais de 50 horas no Odyssey e ainda não tinha chegado na metade do game. Hoje eu prefiro uma experiência menor e mais imersiva. E isso Mirage faz muito bem. Coloque na conta a excelente trilha sonora, uma gameplay simples porém eficaz e a já tradicional lore da cultura local, e temos um Assassin’s Creed que não deve ser deixado de lado.

O game foi jogado no PlayStation 5 através de uma key fornecida pela Ubisoft.

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Assassin's Creed Mirage

8.6

GRÁFICOS

8.0/10

JOGABILIDADE

8.5/10

SOM

10.0/10

ENREDO

8.0/10

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