REVIEW – AVATAR: FRONTIERS OF PANDORA

Nunca na minha longa história com os games – e olha que estou nessa há mais de 30 anos – joguei um título tão belo quanto Avatar. O trabalho gráfico da Ubisoft é de tirar o chapéu. Porém, em outros aspectos a desenvolvedora deixou a desejar. Vamos conferir o review de Avatar: Frontiers of Pandora!

Pode ler sem medo porque não tem spoilers!

 

Os primeiros passos dentro das Fronteiras de Pandora são de cair o queixo. Me vi vagando a esmo pelas florestas colossais e as vastas pradarias cheias de cores e vida. A Ubisoft conseguiu transportar o que já havíamos visto nos filmes para dentro de um jogo. É realmente um trabalho primoroso. E isso porque eu comecei a jogatina no modo desempenho para desfrutar dos 60fps – em jogos de tiro em primeira pessoa, isso faz toda a diferença.

Tudo fica ainda mais esplêndido quando jogado no modo qualidade. A resolução 4K é tão magnífica que só fui voltar ao modo desempenho quando não conseguia passar de uma fase com muito tiroteio. Nessas horas os 30fps gritam na tela. Para quem acostumou a jogar nos 60fps (detalhe, só fui conhecer essa quantidade de frames com o PS5, joguei a vida toda com 30fps), parece que o game estava rodando em câmera lenta e cheio de travadinhas. Mas era só a minha mente pregando uma peça.

Não sei como Avatar: Frontier of Pandora roda em outras plataformas, mas o game foi eleito pela Digital Foundry como o mais bonito da temporada, e posso dizer que vi tudo isso com esses olhos que um dia a terra há de comer.

Novo jogo, velhos problemas

Nunca fui fã da franquia Far Cry. Meu lance com a Ubisoft sempre foi Assassin’s Creed – aliás, clique para ler a minha análise do AC Mirage! Portanto, não dei muita bola quando falaram que Avatar era um “Far Cry em Pandora”. Quem se importa?

Peguei o meu arco, fixei bem a minha aljava e lá fui eu na pele de um Na’vi defender as Fronteiras de Pandora da invasão do Povo do Céu, os malandros e malacabados humanos que só existem para destruir o que não entendem. Aliás, esse é o mote do jogo, salvar a Fronteira Ocidental de Pandora das mãos da RDA (Resource Development Administration).

Se Avatar: Frontiers of Pandora é um “Far Cry em Pandora”, então me sinto grato por nunca ter dado bola para a famosa franquia da Ubisoft. O grande problema encontrado em Avatar foi a necessidade de grindar o personagem. Você não avança a seu bel prazer porque o jogo te obriga a subir de nível para concluir as missões. E nessa me vi obrigado a fazer entregas de itens, coleta de plantas e animais e muita, muita conversa com NPCs em tarefas secundárias. O ponto positivo é que todas elas entregam uma história que conta mais sobre o mundo de Pandora.

Além desse “trilho” que o jogo te coloca – apesar de ser um mundo aberto – os combates são desequilibrados a ponto de eu ter morrido diversas vezes nas mesmas fases mesmo jogando no modo mais fácil. Os mechas usados pela RDA, bem como seu arsenal, são muito superiores aos arcos, lanças e até armas de fogo que encontrei pelo caminho.

Muitas fases, na verdade as principais delas, onde é preciso invadir uma locação inimiga, o stealth é a grande estratégia para se sair vencedor. Mas de novo esbarrei no forte esquema de segurança da RDA que conta com suporte aéreo enviando mais inimigos no exato momento em que o personagem é avistado. Ficar escondido com um corpanzil de um Na’vi não é tarefa fácil. A tática era sair correndo e tentar engajar tudo desde o começo. Se ao menos existisse um save automático no meio das missões, tudo ficaria mais fácil. Mas se você morrer terá que começar tudo do zero.

Vivendo como um Na’vi

O grande chamariz de Avatar: Frontiers of Pandora – além de ser belíssimo – é a cultura e vida Na’vi. O jogo é tão rico em detalhes que parece que o planeta existe mesmo. Cantos, contos, pinturas, a ligação com os animais e, em última instância, com Eywa, (o nome dado à entidade que tudo une) fazem do jogo um verdadeiro mergulho nesse mundo de ficção.

Os primeiros passos para conquistar a confiança de um Ikran exalam a cultura Na’vi. Voar pelos céus de Pandora foi uma experiência satisfatória tanto de dia como de noite. Em certos momentos deixei a história de lado só para vagar pelos ares em busca de itens que são inacessíveis se procurados a pé.

Outro detalhe muito legal e divertido é a culinária. Se você não sabe, os alimentos de Pandora são venenosos aos humanos, mas eu morreria feliz se pudesse experimentar os pratos que podem ser produzidos no jogo. Além de ter um aspecto bastante apetitoso, eles ajudam na jornada. Alguns servem para dar mais velocidade, outros aumentam o dano de algumas armas e ainda alguns que podem ser oferecidos ao seu Ikran.

Feito para os fãs

Após praticamente 30 horas dentro de Avatar: Frontiers of Pandora, posso falar que o jogo foi feito para os fãs. Se o título tem problemas de colisão ou até mesmo de crash – sim, tive que resetar o jogo algumas vezes por conta disso – não podemos dizer que Ubisoft fez um trabalho caça-níquel qualquer com a fantasia criada por James Cameron. Muito pelo contrário.

Desde o momento da criação do personagem é visível o cuidado que a Ubisoft teve com a escolha dos temas apresentados e da cultura local criada para o jogo. De verdade me senti um Na’vi vivendo em Pandora. Tirando alguns problemas clássicos da desenvolvedora, a impossibilidade de jogar em 3a pessoa – Ubisoft, esse jogo cheira muito a 3a pessoa – Avatar: Frontiers of Pandora é uma excelente pedida para quem quer expandir o universo dos filmes.

O jogo foi analisado através de uma key fornecida pela Ubisoft para o PlayStation 5.

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AVATAR: FRONTIERS OF PANDORA

8.8

GRÁFICOS

10.0/10

JOGABILIDADE

7.5/10

SOM

9.0/10

Sobre o Autor

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