REVIEW – SKULL AND BONES
Cubro a indústria dos games há mais de 20 anos e nunca pensei que fosse dizer isso em alguma análise: Skull and Bones é uma das piores coisas que já joguei na vida. Infelizmente o game da Ubisoft falha em entregar a experiência pirata que todos estavam esperando desde o aclamado Assassin’s Creed Black Flag. Confira o review mais sincero de Skull and Bones que você vai encontrar na Internet.
ATENÇÃO! Pode ler sem medo de spoilers. Nada do que escrevi aqui vai te convencer a jogar Skull and Bones.
Uma Garrafa de Ruim
Me desculpem as piadas de duplo sentido que vão aparecer ao longo desse texto, mas elas resumem bem a palhaçada que é Skull and Bones. Com mais de dez anos de desenvolvimento, o mínimo que eu esperava era um game sólido e sem erros. Mas não, o quádruplo A que o Monsieur Yves Guillemot enche a boca para falar, não faz jus ao título.
Mesmo sendo um jogo exclusivo da atual geração (PlayStation 5, Xbox Series X/S e PCs), Esculhambones, quero dizer, Skull and Bones, parece ter saído diretamente do longínquo passado onde o PlayStation 3 e o Xbox 360 dominavam os mares dos videogames. Gráficos simples, glitches e bugs para todos os lados atrapalham a experiência e deixam a impressão de que o jogo não foi finalizado a tempo – mesmo com longos dez anos sendo desenvolvido.
As várias horas esperando algum jogador aleatório entrar para a sua trupe de piratas só piora a sensação de um título inacabado. Durante a minha jornada em Skull and Bones esperei por mais de duas horas e ninguém foi incluído no meu time. Tive que apelar e pedir de joelhos aos meus amigos (Marcos, Marcelo, muito obrigado pelo tempo perdido) para baixarem a versão com 8 horas livres para conseguir experimentar o modo online cooperativo.
Quando eu achava que o jogo iria mostrar o seu verdadeiro lado, o barco perdeu o leme, quebrou o timão e foi afundado pela própria âncora. Eu tinha a plena convicção de que poderia singrar os mares com os meus companheiros fazendo às vezes de marinheiros trabalhando na minha tripulação. Mas o esquema é basicamente cada um por si. Todos nos seus respectivos barcos fazendo uma espécie de armada marinha. Ok, a ideia é legal, mas na prática não muda muita coisa. Apesar de ajudarem um ao outro na hora dos combates, o sentimento cooperativo acaba aí. Confira a gameplay cooperativa para você ter uma noção do que estou falando.
Pode ter sido uma falta de atenção da minha parte – estava embasbacado com tamanho desleixo – mas não encontrei nenhum menu para compartilhar itens e ajudar meus companheiros piratas na construção de seus navios. Resumindo, são só nos combates que o cooperativo faz sentido, no resto da jogatina não faz a menor diferença você estar sozinho ou em grupo.
Um Título HaHaHaHa
Até agora eu não consigo acreditar nas declarações de que Skull and Bones é um jogo AAAA. Primeiro que a terminologia existe para indicar a quantidade de dinheiro investido no desenvolvimento de um jogo (equipe, marketing, divulgação etc) e não pela qualidade final do produto. Acho que o pessoal da Ubisoft, na pessoa do CEO Yves Guillemot, devem ter tomado algumas garrafas de rum estragado durante o desenvolvimento do jogo.
Toda a propaganda de Skull and Bones girou em torno de você se tornar um pirata com a sua tripulação para dominar os mares. Mas infelizmente o cotidiano de um Barba Negra passou longe. Primeiro, você não tem sequer um sabre ou um bacamarte e por consequência não existem combates corpo-a-corpo. Segundo, todas as ações existentes no jogo (coleta de itens, matança de animais, pilhagem etc) acontecem unicamente dentro do navio.
Por exemplo, é preciso pegar um certo número de madeira para construir a primeira embarcação. Para isso você zarpa em seu humilde bote e quando avista uma árvore na orla, chega perto e faz coleta (ou então pega alguma madeira que esteja boiando na água), simples assim. Com os outros itens é a mesma coisa.
O que eu quero dizer com tudo isso é que você, mestre de seu navio, senhor dos mares, a epítome da pirataria, não pode desembarcar onde bem entender, descer do navio e fazer as suas escolhas. Se o AC Black Flag, lançado em 2013, conseguia fazer tudo isso, por que raios Skull and Bones, um título AAAA exclusivo da atual geração, não consegue oferecer a mesma experiência de gameplay? Ah, não posso esquecer de citar uma qualidade peculiar do personagem. Mesmo sendo um pirata que vive no e do mar, você não pode dar umas braçadas nas águas e nem praticar o mergulho. É patético.
Andou na Prancha
Skull and Bones tem a façanha de ser um game de piratas mas que em nenhum momento você se sente como tal. Analisando camada por camada, o jogo não chega aos pés do AC Black Flag. O único destaque fica por conta da dublagem brasileira com sotaque, gírias, palavrões e piadas. Aliás, três urras aos profissionais brasileiros da dublagem. A cada jogo eles se superam.
Talvez o grande ponto positivo em Skull and Bones é que ele atiça a vontade por um jogo que faça você realmente se sentir um pirata. E a solução vem da própria Ubisoft com o AC Black Flag. De resto, pode andar na prancha e deixar o jogo afundar. Ninguém dará muita atenção.
Esta análise sincerona foi feita no PlayStation 5 graças a chave de acesso disponibilizada pela Ubisoft.
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