REVIEW – BEYOND GOOD AND EVIL 20th ANNIVERSARY EDITION
Lançado em 2003 para PlayStation 2, Xbox, GameCube e PC, o jogo da Ubisoft fez um tremendo sucesso. Porém, este pobre escriba passou batido pela aventura. Não lembro exatamente o motivo. Só sei que a edição remasterizada do título não poderia ter chegado num melhor momento. Confira agora o review de Beyond Good and Evil 20th Anniversary Edition.
Mesmo tendo a oportunidade de jogá-lo apenas 20 anos após o seu lançamento, Beyond Good and Evil continua sendo um clássico da sexta geração. Me senti transportado para o meu quarto na Rua Martinico Prado, 131, quando as maiores preocupações da vida eram as notas na faculdade e o xaveco que seria usado na próxima festa.
Porém, como toda boa marmita, a Ubisoft requentou o jogo da maneira certa em diversos aspectos. O principal deles, óbvio, é o visual. Mesmo estando longe de algumas remasterizações como Shadow of the Colossus, essa versão de Beyond Good and Evil agrada aos olhos facilitando a jogatina de um título antigo.
Vale lembrar que o diretor, Michel Ancel, pensou o jogo como uma trilogia. Porém, a sequência (uma prequel, na verdade) que foi anunciada há 17 anos, até hoje não viu a luz do dia. O mais próximo foi um trailer durante a E3 2017 com direito a uma demo jogada pela equipe. Com a chegada desta edição especial, a Ubisoft adicionou pequenos ganchos para Beyond Good and Evil 2, o que deixou os fãs animados.
Em Beyond Good and Evil controlamos a jornalista Jade. Depois dizem que a profissão não é glamurosa. Senão vejamos, Peter Parker, Clark Kent e Tintim. Todos são jornalistas. Não me venham com essa de dizer que a profissão acabou. Voltando ao jogo.
Jade se vê no meio de uma conspiração alienígena e deve provar através de registros fotográficos todo o mal que a raça Domz vem causando à humanidade. Além de fotografar o que o inimigo faz, a repórter é perita em artes marciais e conta com a ajuda de alguns amigos para abrir caminho e finalizar o trabalho.
Por isso Beyond Good and Evil se enquadra no tradicional gênero ação/aventura. Porém, a parte aventuresca se destaca. Com uma narrativa bem elaborada, mesmo que clichê, a porradaria acontece em momentos chaves do jogo, deixando a história rolar mais solta. Jade consegue falar com praticamente todos os NPCs e vasculhar cada canto para entender melhor o que está acontecendo.
Mas a ação está lá, mesmo que em menor escala. E isso é um problema. Após uma análise mais profunda da gameplay original, Beyond Good and Evil 20th Anniversary Edition não mudou o seu esquema. Ou seja, aquela câmera travada de vários jogos da geração PlayStation 2 continua viva para te lembrar o quanto era foda zerar um game naqueles tempos.
Me vi “preso” em diversos ambientes e morri algumas vezes por conta disso. É irritante saber que versões remasterizadas de alguns jogos só dão o tapa no visual e esquecem todo o resto. Beyond Good and Evil não escapa dessa máxima, o que pode espantar alguns jogadores.
Superando os problemas com a câmera, o jogo é diversão garantida. Além da missão principal, é possível participar de minigames, comprar novas roupas, armas e melhorar os veículos. Além disso, como toda boa fotojornalista, Jade tem a fauna do planeta Hillys à sua disposição para fotografar e ganhar pérolas. Aliás, essas danadinhas são pontos chave para a narrativa. Somente com elas é possível adquirir itens necessários para o andamento da história. Ou seja, num determinado momento do jogo me vi travado na missão por não ter a quantidade certa de pérolas. Ainda bem que tem um vulcão onde elas existem em abundância. Mesmo assim, te obrigar a conquistar um número exato de qualquer coisa para progredir num jogo é chato demais.
Com pouco mais de oito horas de jogatina, Beyond Good and Evil 20th Anniversary Edition é uma oportunidade para pessoas que passaram reto no lançamento de 2003 e querem se preparar para a possível chegada da sequência. A narrativa cativante, onde a amizade é o centro de tudo, instiga a curiosidade para chegar ao fim do game. Mas os problemas de câmera e a busca necessária pelas pérolas colocam um pouco de água nesse chopp.
Este review foi feito no PlayStation 5 com uma chave de acesso fornecida pela Ubisoft.
Beyond Good and Evil 20th Anniversary Edition
Pros
- Marmita gostosa
- Resgate da nostalgia
- Preparação para a sequência
Cons
- Câmera "presa"
- Pérolas, pérolas, pérolas
- Trecho final muito difícil
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