REVIEW: HOGWARTS LEGACY
Desde que o universo mágico de Harry Potter conquistou corações, os fãs sempre desejaram um jogo que permitisse viver a experiência de um aluno de Hogwarts. Quando Hogwarts Legacy foi anunciado, prometendo ser o jogo definitivo dessa franquia, o hype atingiu proporções épicas. Mas será que o título correspondeu às expectativas? Confira abaixo o review de Hogwarts Legacy!
História: Um começo intrigante, mas previsível
Hogwarts Legacy nos apresenta um novo protagonista, com opções de personalização até interessantes, mas limitadas no quesito variedade facial. A trama inicial é envolvente, mas rapidamente cai em clichês familiares da saga de Harry Potter. O jogador não é um mero aluno de primeiro ano, mas um bruxo misteriosamente transferido diretamente para o quinto ano. Essa escolha parece uma tentativa de acelerar a ação, mas acaba comprometendo o crescimento orgânico do personagem típico em RPGs de mundo aberto.
Embora o jogo permita escolher entre as quatro casas de Hogwarts, as diferenças são superficiais. As mudanças de diálogo e missões exclusivas para cada casa são pouco impactantes e não oferecem variações significativas na narrativa. Apesar da promessa de uma personalização única de experiência, o jogo segue uma linha narrativa bastante linear, o que é decepcionante para um RPG que se vendeu como um mundo cheio de escolhas.
Jogabilidade: Diversão limitada pela repetição
A experiência de jogar Hogwarts Legacy tem seus méritos, mas também tropeça em pontos cruciais. A liberdade para explorar o vasto castelo de Hogwarts, a vila de Hogsmeade e o campo ao redor é um dos pontos altos, e a variedade de atividades, como criar poções, voar em vassouras e cuidar de criaturas mágicas, adiciona uma camada extra de diversão.
No entanto, a ausência de quadribol, um dos esportes mais icônicos da saga, é notável e frustrante. E embora o jogo ofereça atividades secundárias em abundância, muitas delas caem na armadilha da repetição. O jogador é incentivado a completar tarefas que, embora inicialmente intrigantes, perdem o brilho à medida que o jogo avança.
O Combate: Um sistema dinâmico, mas com limitações
O sistema de combate, num primeiro momento, é agradável. As batalhas com varinhas são divertidas e permitem ao jogador experimentar diferentes combinações de feitiços e estratégias. A mecânica de cores para quebrar escudos inimigos é criativa, mas pode se tornar frustrante ao longo do tempo, principalmente pela necessidade de trocar feitiços de forma constante em situações pontuais.
Embora haja 32 magias disponíveis, a falta de uma roda para acesso rápido prejudica a fluidez do combate. É um problema que poderia ter sido resolvido com uma interface mais intuitiva, como vemos em outros jogos de RPG.
Com o tempo o combate acaba se tornando repetitivo e pouco desafiador, e nos momentos de maior desafio não chegou a me despertar uma vontade de evoluir minhas habilidades como jogador para poder passar pelo chefe/inimigo (assim como acontece em jogos souls like por exemplo), mas busquei atalhos pelo cenário ou ângulos em que o inimigo não conseguiria me atingir apenas para passar por aquela parte o mais rápido possível
Um mundo mágico que falha em capturar a essência da amizade
Se há um aspecto que decepciona profundamente em Hogwarts Legacy é a falta de laços emocionais com os personagens. Diferente da saga original, onde a amizade entre Harry, Hermione e Ron era um tema central, o jogo coloca o jogador em uma aventura solitária. Personagens secundários como Sebastian e o Professor Fig têm papéis interessantes, mas estão longe de criar uma conexão duradoura.
A ausência de relações profundas ou companheirismo contínuo reduz a imersão emocional. O jogador se sente mais como um espectador em um mundo vibrante, mas desconectado, em vez de ser parte ativa de uma comunidade mágica.
A moralidade e suas falhas: Um sistema incompleto
Talvez o aspecto mais decepcionante de Hogwarts Legacy seja a promessa não cumprida de um sistema de moralidade que realmente afetaria a narrativa. O jogo até permite aprender maldições imperdoáveis, mas na prática não há consequências reais para o uso delas. Ninguém reage às ações mais sombrias do jogador, o que tira o impacto narrativo dessas escolhas.
A possibilidade de optar pelo caminho das artes das trevas é atraente, mas a falta de qualquer repercussão significativa torna essa mecânica superficial e decepcionante.
Considerações finais: Vale a pena?
Hogwarts Legacy oferece uma aventura envolvente, especialmente para aqueles que sonhavam em explorar Hogwarts em um jogo. No entanto, o título tropeça em sua execução, com promessas não cumpridas e uma falta de profundidade emocional. O mundo mágico é bonito e cheio de detalhes, mas muitas das decisões criativas falharam em capturar a verdadeira essência de Harry Potter — principalmente o valor da amizade e as consequências morais de nossas escolhas.
Apesar de suas falhas, o jogo ainda é uma boa adição para fãs da franquia, com uma dose de nostalgia e a chance de vivenciar uma Hogwarts virtual. No entanto, para jogadores que buscam uma experiência mais robusta e impactante em termos narrativos e emocionais, Hogwarts Legacy pode deixar a desejar. É um jogo que encanta inicialmente, mas que, ao fim, não entrega o mesmo nível de magia que prometeu.