REVIEW – CALL OF DUTY: BLACK OPS 6
Adoro jogos que, no olhar frio de uma análise, dispõem dos elementos clássicos necessários para um game AAA como jogabilidade, gráficos, áudio e o requisito mais importante de todos: a diversão. Confira o review de Call of Duty: Black Ops 6 que, não por acaso, oferece tudo isso.
Fazia muito tempo que eu não pegava um Call of Duty para jogar. Como mencionei no preview, minha última experiência foi com o clássico Modern Warfare 2, então estava completamente desatualizado dos eventos anteriores. Mas, para minha sorte, isso não foi um problema. Mesmo afastado durante anos da franquia, Call of Duty: Black Ops 6, apesar de mostrar personagens dos títulos anteriores, tem uma história totalmente compreensível mesmo para os novatos da série. Além disso, o game entregou tudo o que eu esperava e ainda conseguiu ir além.
Sempre digo que o maior objetivo de qualquer mídia de entretenimento é entreter, e a campanha de Black Ops 6 não decepciona. É diversão pura, e talvez a mais intensa que a série já ofereceu.
CAMPANHA
O cenário é o início dos Anos 90, uma das épocas mais conturbadas para os EUA. A Guerra Fria ficou para trás, mas as tensões internacionais só se deslocaram. Agora, o conflito se desenrola nas areias do Oriente Médio, com Saddam Hussein como vilão da vez e, claro, os famigerados agentes subvertidos da CIA como peças-chave da trama. Afinal, não seria um Black Ops sem a agência de espionagem envolvida até o pescoço, certo? E essa conexão prepara o terreno para um daqueles plot twists que tanto amamos.
Sem spoilers, aqui vai o básico: você controla William “Case” Calderon, um soldado com algumas “vantagens” físicas além do comum. Sua missão? Desmantelar uma conspiração orquestrada pelo Panteão, um grupo de elite cujo objetivo é destruir o que os americanos mais prezam. Ao longo da campanha, você ainda assume o controle de outros personagens, o que adiciona uma dinâmica interessante à história, mostrando diferentes perspectivas em meio ao caos.
Com cenários que passam pelo deserto do Iraque, um laboratório secreto e até mesmo a mansão de Saddam Hussein, Call of Duty: Black Ops 6 tem uma das melhores, senão a melhor campanha cinematográfica de toda a série.
JOGABILIDADE
Na hora da ação, Black Ops 6 não economiza em explosões e tiroteios, entregando a experiência que qualquer fã de FPS quer. Mas o jogo vai além: a troca de personagens ao longo da história é uma adição excelente que traz novos ares para a campanha e permite explorar lados diversos dos acontecimentos.
E engana-se quem pensa que Black Ops 6 é apenas um festival de balas. A campanha mistura momentos de pura adrenalina com trechos de jogabilidade diferenciada, e isso inclui cenas realmente aterrorizantes. Sério, alguns momentos me fizeram arrepiar, como nos jogos de terror de verdade, a exemplo de Resident Evil Village ou Dead Space. E tem mais. O jogo traz trechos de stealth que fariam até James Bond ficar com inveja, com espionagem e estratégia em pontos-chave da trama.
Outro elemento muito legal é a fase com um mundo semi-aberto onde você precisa destruir os arsenais inimigos. Para tanto você – e seus fieis companheiros – usam um jipe para se deslocar pelo mapa e completar as missões na sequência que desejar. Além dos objetivos principais, ainda existem missões secundárias que oferecem mais chances de loot.
Dessa maneira o jogo abre o leque de opções e deixa a cargo do jogador escolher se vai completar apenas as missões principais ou se vai atrás das outras para aumentar o butim e assim ter mais dinheiro para melhorar o QG do grupo. É na base principal que o jogador dá andamento às missões bem como comprar melhorias tanto para as armas como para o personagem.
Essa opção de gerenciamento aumenta o fator replay para aqueles jogadores que querem comprar todas as melhorias da base. No meu caso eu fui no fluxo tradicional e completando as missões principais e apenas algumas secundárias.
GRÁFICOS E ÁUDIO
Desde a primeira cutscene, é notável o cuidado visual da Treyarch e da Raven Software. A engine IW (Infinity Ward) mostra seu potencial ao máximo, especialmente nas cenas pré-gravadas, e mesmo na jogabilidade o nível de detalhes impressiona.
Não testei o jogo nos consoles da geração passada, mas no PlayStation 5 e no Xbox Series X, o visual é de cair o queixo. Em alguns momentos, a fronteira entre jogo e cinema se torna quase imperceptível para os olhos menos treinados.
E falando em imersão, o trabalho de localização para o português está fenomenal. A equipe da Keyword Studios trouxe vozes conhecidas do público, como Luciana Baroli, Guilherme Briggs, Ricardo Juarez e Adriana Pissardini, elevando ainda mais a qualidade. Não joguei com o áudio original, mas o sincronismo labial nas cutscenes demonstra o cuidado minucioso da equipe.
O som das armas também merece destaque. Cada pistola, rifle ou metralhadora tem seu próprio efeito sonoro, o que amplia a sensação de estar realmente no meio do combate. Além disso, o jogo tem uma infinidade de armas diferentes dando muitas opções na hora do combate.
CONCLUSÃO
Call of Duty: Black Ops 6 é uma experiência que vai além do esperado. A ação cinematográfica com muitas set pieces é um prato cheio para os fãs do gênero. Além disso, a campanha ainda abraça elementos fantásticos com a presença de zumbis e aparições fantasmagóricas. Black Ops 6 acertou o alvo em cheio ao fugir dos clássicos FPS trilhados onde a única preocupação do jogador é apertar o gatilho e ficar vivo.
Dificilmente Call Of Duty: Black Ops 6 ganhará prêmios de Melhor Jogo do Ano, mas com certeza vai levar para casa troféus mais técnicos como Design de Som, Jogo de Ação e até mesmo Melhor Narrativa.