REVIEW – LIFE IS STRANGE: DOUBLE EXPOSURE
A franquia Life is Strange sempre teve um lugar especial no meu coração. Quando a Deck Nine anunciou no Xbox Games Showcase que Max Caulfield seria a protagonista de um novo jogo, fiquei ansioso para ver o que estava por vir.
Max, a personagem central do primeiro jogo, retorna em Life is Strange: Double Exposure. Com uma nova história ambientada na Universidade de Caledon, e diferente do primeiro jogo onde a protagonista podia retroceder no tempo e corrigir algumas decisões que impactavam sua vida, nesse novo game temos a introdução de mecânicas de salto entre linhas do tempo – uma espécie de multiverso para franquia – e com essa premissa o jogo prometia explorar novas possibilidades. No entanto, (atenção para o Spoiler do primeiro game) a tentativa de integrar os dois finais do jogo original – salvar Arcadia Bay ou Chloe – não agradou a todos.
Um retorno promissor, mas problemático
Os primeiros capítulos de Double Exposure são um respiro nostálgico. A ambientação universitária é vibrante, com personagens cativantes e interações dinâmicas. Max, agora como artista visitante, navega entre amizades e tragédias ao tentar solucionar um assassinato que a força a explorar um poder evoluído: viajar entre linhas do tempo.
A mecânica de alternância entre realidades é interessante e adiciona profundidade ao gameplay, permitindo que cada personagem tenha diferentes versões dependendo dos eventos. Contudo, abordar os dois finais do primeiro jogo acabou não sendo uma boa escolha.
A todo momento tive a impressão de que em um dos universos a nossa companheira de viagem no primeiro Life is Strange, iria aparecer viva, o que era diferente da decisão que eu havia tomado lá em 2019 quando joguei o jogo pela primeira vez, porém os produtores preferiram uma abordagem mais rasa na tentativa de respeitar tanto o final de salvar Arcadia Bay quanto o de salvar Chloe o que resultou em um enredo que não se compromete totalmente com nenhuma das opções. Especialmente para os fãs do casal Max e Chloe, isso foi visto como um descaso, levando muitos a considerarem Double Exposure o pior jogo da franquia.
O equilíbrio entre narrativa e jogabilidade
Os capítulos iniciais são sólidos e conseguem capturar a essência de Life is Strange. Porém, conforme o jogo avança, a trama mergulha profundamente nos elementos sobrenaturais, perdendo o equilíbrio que torna a série especial.
Apesar disso, os diálogos continuam bem escritos, e as performances de voz são um ponto alto. Hannah Telle retorna como Max, e Samantha Bowling traz uma nova camada de emoção como Amanda, o principal interesse romântico de Max nesta história.
A relação com Amanda também causou controvérsia. A capacidade de saltar entre linhas do tempo faz com que uma versão de Amanda possa rejeitar Max, enquanto outra aceita avançar romanticamente. Diminuindo o peso de suas decisões durante a jornada.
Problemas não resolvidos e um futuro incerto
Muitas perguntas importantes ficam sem resposta, como o destino de Maya Okada e os eventos que levaram ao assassinato de Safi. Além disso, o jogo termina ao melhor estilo Marvel Studios com a mensagem de que “Max Caulfield retornará”, indicando que Double Exposure é apenas uma introdução para algo maior.
Embora seja emocionante imaginar uma continuação, isso vai contra a tradição da franquia, que sempre entregou histórias autossuficientes. A decisão de dividir a narrativa pode ter sido motivada por fatores comerciais, mas deixou muitos jogadores frustrados.
Vale a pena jogar?
Apesar de seus problemas, Life is Strange: Double Exposure oferece momentos emocionantes e sequências que lembram porque amamos essa franquia. No entanto, a falta de múltiplos finais e a dependência de uma sequência enfraquecem a experiência como um todo.
Se você é fã de Max Caulfield, pode valer a pena conferir, mas vá com expectativas ajustadas.