REVIEW – ENOTRIA: THE LAST SONG

Enotria: The Last Song, da Jyamma Games, traz uma abordagem única ao gênero, ambientando-se em um mundo vibrante inspirado no folclore italiano. Embora não reinvente a roda, sua estética colorida e mecânicas de jogo intrigantes o tornam uma experiência que vale a pena para os amantes do gênero. Confira o review de Enotria: The Last Song.

A Premissa: Um Mundo Escravizado pelo Palco

Em Enotria, os deuses desapareceram e a humanidade está presa em uma peça eterna chamada Canovaccio. Você assume o papel do Sem Máscara, um boneco de madeira com livre arbítrio, encarregado de quebrar o controle do Canovaccio sobre o mundo. A narrativa se inspira inteligentemente na tradição teatral italiana da Commedia dell’Arte, com seus personagens mascarados e um toque dramático. A dublagem em inglês — apesar de exagerada — se encaixa perfeitamente em um mundo onde ninguém pode expressar emoções através do rosto.

O jogo brilha em sua rica tradição. Um compêndio detalhado dentro do jogo compila fragmentos de história, motivações dos personagens e objetivos opcionais, poupando os jogadores da busca habitual por wikis criados por fãs para entender o contexto.

Jogabilidade: Familiar, Mas Refrescante

No cerne de Enotria: The Last Song, encontra-se a fórmula soulslike. O combate é desafiador, mas justo, com inimigos ressurgindo e itens de cura se reabastecendo em pontos de salvamento. Inimigos derrotados deixam cair memória, usada para melhorias. No entanto, Enotria adiciona suas próprias características à fórmula. Com um combate baseado em parry o jogo dispensa o uso de escudo, você consegue reduzir o dano ou até mesmo anulá-los caso consiga apertar o botão no momento exato, atordoando os inimigos e os tornando vulneráveis a golpes finalizadores. Essa mecânica recompensa um estilo de jogo mais agressivo, mas pode se tornar repetitiva, especialmente durante batalhas contra chefes.

Com 30 máscaras que funcionam como armaduras e modificadores de classe, e papéis que oferecem alterações de atributos, as opções de personalização são vastas. Os jogadores podem salvar e alternar entre até três configurações durante o combate, embora essa mecânica muitas vezes pareça subutilizada devido à limitada variedade de inimigos.

Exploração e Ambiente

Um dos destaques de Enotria é seu mundo vibrante, inspirado na Itália. Desde os campos de girassóis de Quinta até as praias ensolaradas de Falesia Magna, os ambientes são um alívio bem-vindo às estéticas sombrias típicas do gênero. As roupas e arquiteturas detalhadas enriquecem ainda mais a atmosfera.

A exploração é, em geral, recompensadora, com viagem rápida disponível desde o início e pontos de salvamento convenientemente localizados próximos aos chefes. No entanto, o jogo às vezes luta para direcionar os jogadores para o próximo objetivo, levando a momentos ocasionais de “vagança” sem rumo (me encontrei inúmeras vezes andando em círculos sem saber por onde seguir minha jornada).

A habilidade Ardore Burst adiciona um toque criativo à exploração. Essa mecânica permite que os jogadores destruam barreiras, criem plataformas temporárias e interajam com fendas ambientais para remodelar o terreno. A melhor implementação disso foi na segunda região, onde é possível manipular uma estátua gigante para acessar áreas diferentes. Infelizmente, esses momentos de engenhosidade são raros.

Desafios e Limitações

Embora Enotria: The Last Song brilhe em certas áreas, também tem suas falhas. Por exemplo, a maioria dos chefes não exige troca de configurações, tornando as opções de personalização subutilizadas. Com um sistema de magia engessado e a recarga lenta das Linhas, acabam desencorajando o seu uso em combates rápidos. Outro ponto negativo seria que, apesar de um botão dedicado para pular, pontes estreitas e projéteis inimigos tornam as seções de plataforma tediosas.

Uma Aventura Curta, Mas Cativante

Com apenas três regiões principais, Enotria: The Last Song dura cerca de 12 a 15 horas. Um modo New Game+ oferece rejogabilidade, permitindo que você enfrente os desafios com seus equipamentos aprimorados.

Veredito Final

Enotria: The Last Song é uma adição envolvente ao gênero soulslike, destacando-se com sua direção de arte vibrante e mundo inspirado na Itália. Embora seu sistema de magia e sequências de plataforma deixem a desejar, a exploração divertida e combates desafiadores tornam está é uma experiência que vale a pena, especialmente aos fãs de Soulslike que desejam uma abordagem diferente dos ambientes sombrios que encontramos em outros jogos do gênero.


Essa análise foi feita no Xbox com uma chave de acesso fornecida pela desenvolvedora

Enotria: The Last Song

6.5

GRÁFICOS

7.0/10

JOGABILIDADE

7.5/10

DESIGNE DO MAPA

5.5/10

NARRATIVA

6.0/10

Sobre o Autor

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