REVIEW – THE PRECINCT

Cresci assistindo aos filmes de ação policial dos anos 80 e 90 e sempre senti falta de um jogo que fizesse jus aos clichês e explosões que passavam na Sessão da Tarde em películas como Um Tira da Pesada, Loucademia de Polícia e até com os comediantes do Casseta e Planeta com Fucker and Sucker, Uma Dupla de Dois Tiras. Felizmente The Precinct veio para preencher essa lacuna. Confira abaixo o review de The Precinct.
História dos Anos 80
The Precinct se passa na cidade fictícia de Averno onde a criminalidade não dorme. No papel do novato Nick Cordell Jr, você deve patrulhar as ruas atrás de traficantes, assaltantes e toda a sorte de meliantes. Como todo bom filme de ação policial, Nick trabalha ao lado do parceiro Kelly, um veterano que está prestes a se aposentar. Calma que ainda tem mais clichê.
Averno foi dominada por duas gangues: os Serpentes Escarlates e os Quebra-Queixos. Ambas respondendo à Gangue dos Palhaços. Enquanto patrulha a cidade atrás da bandidagem, Nick precisa recolher provas para incriminar e colocar todo mundo atrás das grades. Junto a tudo isso está a misteriosa morte de seu pai, Nick Cordell, um experiente policial que trabalhava na mesma delegacia.
Pronto, o palco está armado e os clichês tradicionais dos filmes do gênero começam a aparecer a todo momento. Desde o esbravejador Chefe, pelo clima da delegacia e passando até pelas deslizadas em cima dos capôs, dos carros, The Precinct é uma aula de como homenagear suas inspirações.
Obviamente que Kelly tenta dissuadir Nick e sua busca por respostas. Lógico que tem mais coisa por trás disso tudo. E é óbvio que Nick não está nem aí e vai atrás de sua vingança. Mais que isso, já darei spoilers importantes e eu não quero estragar as surpresas.
Limpando as ruas
O principal trabalho de Nick é patrulhar as ruas. Seja a pé, dentro da viatura ou pilotando um helicóptero, Averno oferece uma miríade de delitos para o novato policial se ocupar. Tráfico de drogas, vandalismo, descarte incorreto de lixo, carros em alta velocidade, assaltos, brigas de rua… enfim, tudo o que uma cidade problemática tem a oferecer.
Para isso contamos com um arsenal e carros variados. Na maioria das vezes basta dar voz de prisão que o meliante já se entrega. Mas em outras é preciso usar a força para dar cabo da missão. Nesses momentos a ação dos tiroteios ou perseguições em alta velocidade, por exemplo, entram em cena.
O trabalho é pesado. Nick deve ler os direitos dos vagabundos, entender quais artigos foram violados e fichar o cidadão de forma correta. Dessa maneira ele vai ganhando mais experiência, libera novas armas e carros e também sobe de patamar dentro da delegacia. E de quebra avança em suas investigações contra as gangues e a morte do pai.
Sessão da Tarde
A graça em The Precinct é ver o mundo simulado como se fosse um programa de televisão policial. Sabe aqueles vídeos de perseguições com helicópteros e vários carros atrás do bandido? The Precinct é sobre isso.
A qualquer momento Nick pode pedir ajuda aos companheiros da corporação. E você escolhe como eles devem atuar. Está correndo atrás de um traficante que fugiu a pé? Chame mais oficiais. A bronca é contra um carro em alta velocidade? Sem problemas, peça por reforços de viaturas, helicóptero, bloqueios e até mesmo as famosas faixas de prego para estourar os pneus do meliante.
Assim como na vida real, Nick deve escolher seus turnos e trabalhar em áreas específicas na cidade de Averno. Seja a pé ou dentro de uma viatura, você pode aceitar os chamados vindos da central. Mas se preferir pode ignorar os pedidos e ir atrás de quem você quiser. Sim, é possível abordar qualquer transeunte e pedir seus documentos. Desde que a pessoa tenha cometido algum delito, as opções de revista e de fichamento do bandoleiro são liberadas.
Potencial enorme
The Precinct é um jogo divertido, porém muito acanhado. O mapa tem um tamanho bem mediano. Mesmo com avenidas, ruas e travessas, é possível entender os melhores pontos para capturar os marginais em poucas horas. A história principal é curta e as tarefas ficam repetitivas demais após algum tempo.
O jogo até se esforça para entregar mais atividades como corridas de rua e saltos com os carros. Mas nada disso importa na hora de avançar na história e prender os delinquentes. A sensação é de que essas coisas estão lá só para encher o mapa.
Apesar de conter uma ótima dublagem, a história é contada através de textos e os personagens aparecem apenas como um desenho inanimado na tela. Seria muito legal, por exemplo, se fosse contado em forma de quadrinhos ou, para continuar no tema, como um programa de ação policial.
A sensação ao finalizar é de que The Precinct merece uma continuação para se aprofundar mais no ambiente úmido e sujo de Averno. Tudo no jogo funciona muito bem. A visão da câmera pelo alto, os gráficos, a física, a trilha sonora, os clichês clássicos e claro, a gameplay. Mas por ser um tanto repetitivo e curto, a impressão final é de um jogo com um potencial enorme desperdiçado.
Conclusão
The Precinct talvez não agrade a qualquer um. Em muitos momentos o jogo fica monótono e os facínoras, ladrões e sequestradores demoram para dar pinta. As atividades secundárias são totalmente descartáveis e o curto tempo de jogo pode não valer o investimento. Por outro lado, o estilo gráfico, as referências aos filmes dos Anos 80 e 90, a trilha sonora e a gameplay vão satisfazer àqueles que sempre quiseram um título digno de Axel Foley.
Este review foi feito com uma cópia para PlayStation 5 fornecida pela a assessoria de imprensa do jogo.
