5 Jogos de Videogame que Foram Proibidos por Violência, Sexo ou Religião

Ao longo das últimas décadas, os videogames deixaram de ser vistos apenas como entretenimento para se tornarem uma das mídias mais influentes do planeta. Mas, junto com esse crescimento, também surgiram obras que ultrapassaram os limites do aceitável para órgãos reguladores e governos. Seja por violência gráfica extrema, conteúdo sexual explícito ou pelo tratamento de temas religiosos sensíveis, alguns títulos foram proibidos de serem vendidos ou sofreram severas restrições. A seguir, você confere os casos mais icônicos, o contexto de cada game e o que levou ao seu banimento.

01 – Manhunt (PS2, Xbox, PC – 2003)

 

Desenvolvido pela Rockstar Games – a mesma de Grand Theft Auto – Manhunt é um jogo de ação furtiva com foco em assassinatos brutais e atmosfera sufocante. O jogador controla James Earl Cash, um prisioneiro no corredor da morte que é forçado a participar de um “jogo” mortal: matar gangues inteiras enquanto é filmado para um snuff movie.

A jogabilidade incentiva a execução silenciosa e cada vez mais brutal, com direito a sufocamentos, golpes com objetos cortantes e até decapitações. Os gráficos da época, aliados a uma ambientação sombria e realista, contribuíram para que o jogo fosse considerado perturbador até para padrões da indústria.

O título foi proibido na Austrália, Nova Zelândia e Alemanha, e chegou a ser investigado no Reino Unido por suposta ligação com um assassinato. Embora a acusação não tenha sido comprovada, o estigma de “jogo assassino” ficou marcado para sempre na sua reputação.

02 – Hatred (PC – 2015)

 

Produzido pela polonesa Destructive Creations, Hatred coloca o jogador no papel de um assassino em massa sem nome, cujo único objetivo é matar o máximo de pessoas inocentes possível antes de morrer. A perspectiva isométrica e o visual monocromático contribuem para um tom frio e desumanizado.

O jogo dispensa qualquer narrativa de redenção ou justificativa moral, e a motivação do protagonista é simplesmente o ódio. Isso gerou críticas severas de organizações de direitos humanos e até da própria indústria, com figuras como Cliff Bleszinski (criador de Gears of War) condenando publicamente o game.

Hatred foi banido temporariamente do Steam antes mesmo de ser lançado, mas acabou retornando após protestos sobre liberdade artística. Ainda assim, vários países impediram sua venda por glorificar a violência gratuita.

03 – Six Days in Fallujah (PC, PS5, Xbox Series X/S – 2023)

 

Inspirado em eventos reais, Six Days in Fallujah retrata a sangrenta Segunda Batalha de Fallujah, durante a Guerra do Iraque, ocorrida em 2004. O jogo combina tiroteios táticos em primeira pessoa com depoimentos reais de soldados e civis que vivenciaram o conflito.

Desde seu anúncio original, em 2009, o game gerou uma enorme controvérsia: veteranos de guerra, famílias de vítimas e organizações humanitárias criticaram o uso de uma tragédia recente como entretenimento. Por anos, o projeto ficou engavetado, até que foi retomado em 2021 e lançado em 2023.

Embora não tenha sido proibido globalmente, muitos distribuidores e países optaram por não comercializar o jogo, e ele segue sendo alvo de críticas sobre ética e respeito às vítimas.

04 – BMX XXX (PS2, Xbox, GameCube – 2002)

 

Misturando gameplay de esportes radicais com humor sexualizado, BMX XXX parecia, à primeira vista, um simples jogo de manobras com bicicletas. No entanto, o título incluiu personagens nus, cenas de striptease e diálogos recheados de piadas eróticas, o que surpreendeu o público e a própria indústria.

O jogo permitia personalizar ciclistas com roupas mínimas e, em algumas versões, exibia topless sem censura. O conteúdo gerou atritos com a ESRB – órgão regulador dos Estados Unidos – que aplicou a classificação “Apenas Adultos”, restringindo severamente sua distribuição.

Diversos países baniram ou censuraram o título, e até mesmo nos EUA partes do conteúdo foram cortadas. Hoje, ele é lembrado mais pela polêmica do que pela sua jogabilidade.

05 – Faith Fighter (PC – 2008)

 

Desenvolvido pelo estúdio italiano Molleindustria, Faith Fighter é um jogo de luta 2D em que figuras religiosas como Jesus, Buda, Maomé e Ganesha se enfrentam em combates caricatos. A representação visual de Maomé — proibida no islamismo — gerou forte reação de países muçulmanos.

O título foi rapidamente banido em diversas nações islâmicas, e o governo da Arábia Saudita chegou a emitir comunicado oficial condenando o jogo. Em resposta, os desenvolvedores criaram uma versão censurada, na qual os personagens aparecem pixelados.

O caso gerou debates sobre liberdade artística, respeito religioso e limites do humor em jogos.


A história dos jogos de videogame proibidos mostra que, embora os games sejam uma forma de arte e expressão, eles também estão sujeitos a limites culturais, morais e legais. Em alguns casos, a proibição nasce de um excesso de violência; em outros, de conteúdo sexual explícito ou de representações religiosas polêmicas. Independentemente da razão, essas decisões sempre geram debates sobre liberdade criativa, responsabilidade social e o papel da censura.

No fim, o que esses títulos provam é que os videogames não são apenas entretenimento — eles podem provocar, incomodar e até transformar a forma como enxergamos o mundo virtual e o real.

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