REVIEW – PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC

O relançamento de um clássico é sempre motivo de festa, especialmente quando envolve um ícone como Pac-Man. PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC é a tentativa da Bandai Namco e da Now Production de celebrar o 45º aniversário do herói amarelo com uma reconstrução visual do aclamado estilo plataforma 3D de 2002. O jogo traz inegáveis melhorias gráficas, um volume surpreendente de conteúdo novo e ajustes de qualidade de vida. No entanto, apesar do esforço, o Re-PAC falha em modernizar o suficiente o design de fases e a rigidez do controle, resultando em uma experiência que, embora charmosa, é inegavelmente datada e por vezes frustrante.
Um Visual de Nova Geração, Uma Jogabilidade da Antiga
A narrativa se mantém: os Fantasmas (Blinky, Inky, Pinky e Clyde) roubam a Fruta Dourada e libertam o rei fantasma Spooky. Cabe a Pac-Man a missão de percorrer seis mundos e vinte e cinco fases (todas visualmente expandidas) para restaurar a paz em Pac-Land.
O aspecto visual é, sem dúvida, o ponto mais forte do Re-PAC. A reconstrução do zero trouxe gráficos modernos, iluminação vibrante e cutscenes refeitas que dão uma vida impressionante a cenários como Snowy Mountain e Paradise Meadows. Em termos de apresentação, é um trabalho impecável.
A jogabilidade de plataforma 3D também recebeu adições importantes. O novo Flutter Jump (onde o herói flutua por alguns segundos no ar) é uma melhoria bem-vinda para corrigir saltos. O Ataque de Pac-Dot e o Super Butt-Bounce adicionam opções ao combate. Além disso, a inclusão do guia de pouso (mira de salto) e a câmera aprimorada tentam desesperadamente tornar a navegação mais intuitiva em 3D.
O Salto Curto de Pac-Man
Apesar das adições, o PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC herda a rigidez de 2002. Mesmo com o Flutter Jump e o aprimoramento da câmera, o controle de Pac-Man muitas vezes parece lento e impreciso, especialmente nos trechos de plataforma mais exigentes. Nessas horas, que deveria ser o coração do jogo, ocasionalmente se torna uma batalha contra a inércia do personagem.
O level design, embora expandido, ainda remete à era PlayStation 2, com foco excessivo em tentativa e erro. A necessidade de dominar o timing do Super Butt-Bounce para alcançar muitos colecionáveis, ou de calibrar precisamente o salto em trechos com gelo, pode levar a uma repetição cansativa. Para quem busca a fluidez de plataformas modernos, essa experiência será um passo atrás.
As batalhas contra chefes foram atualizadas, com cada Fantasma pilotando um “robo-animal” único, o que é uma melhoria criativa. No entanto, elas seguem padrões previsíveis de exploração de fraquezas, sem o brilho ou a complexidade de boss fights contemporâneas.
Conteúdo Extra: O Resgate do Jogo
O que eleva o PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC acima da média é, sem dúvida, a quantidade de conteúdo extra adicionado. A inclusão de uma campanha bônus secreta é uma grande surpresa. Quase dobrando o tempo de jogo original, essa campanha traz doze fases refeitas com desafios muito mais difíceis e culmina com um boss fight do PAC-MAN WORLD 1. Para os jogadores que buscam um verdadeiro teste de plataformas— e que toleram a rigidez dos controles — esta campanha é o destaque.
Outras adições, como o Modo Fada (que concede invencibilidade) e o Modo Cooperativo offline com um Pac-Drone de apoio, são bem-vindas e mostram o esforço em oferecer acessibilidade e mais tempo de jogatina.
Conclusão
PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC é um trabalho de amor que exibe bons gráficos e uma dedicação admirável ao conteúdo adicional. É a versão definitiva para quem sente saudades do original. Contudo, ele tropeça onde mais importa: a fluidez das plataformas. A rigidez do controle e o design de fases datado impedem que ele se posicione ao lado dos grandes títulos modernos do mesmo gênero. É um jogo divertido, charmoso e extenso, mas apenas mediano em sua execução.
Esta análise foi feita no PlayStation 5 através de uma chave de acesso fornecida pela Bandai Namco
